Partilhar a vida com alguém é um trabalho diário de uma aprendizagem incrível! Implica conhecermo-nos a nós em primeiro lugar para podermos então conhecer, em Verdade, o outro.

Quando nos baseamos na verdade para lançar os alicerces da nossa relação, criamos espaço para sermos nós mesmo(a)s e para deixarmos o outro ser quem é.

Pelo contrário, quando criamos aos nossos olhos um companheiro(a) que não existe, estamos a trazer desilusão para os dois. Desilusão a nós porque nunca ninguém pode ser tudo aquilo que desejamos e a eles porque os obrigamos a ser todos os dias uma pessoa que eles nem sabem bem quem é. Por muito que tentemos ser quem o outro espera de nós, às tantas já nem sabemos bem quem somos verdadeiramente e com certeza que ainda sabemos menos quem é que o outro gostaria que nós fossemos.

Amar é respeitar. É aceitar. Respeitar e aceitar o outro como ele é vai fazer com que ele se queira superar todos os dias para ser a melhor pessoa que consiga para si próprio e para quem o ama.

O amor tem essa capacidade maravilhosa de transformação interna.

E se em vez de o(a) castramos lhe dermos espaço para crescer?

Nao o fazer não é só violentá-lo a ele(ela) mas principalmente a nós.

Enchemos a cabeça de expectativas e consequentes desilusões, vivemos no futuro que gostaríamos que existisse, na esperança que o nosso companheiro(a) seja aquilo que sonhámos e um dia, quem sabe, sejamos felizes…

Todo este comportamento o(a) limita não só a ele(ela) mas também a nós e à nossa felicidade, obrigando-nos a viver no futuro e na ilusão, colocando as redes da nossa vida no outro e no incerto. Aliás em tudo, menos em nós mesmos!

Partilhar a vida com alguém é um trabalho diário de nutrição, de cedência, de aceitação e de perdão. Ultrapassar as dificuldades, crescer e sonhar juntos é, por outro lado, das coisas mais gratificantes que a vida nos pode trazer. Não, não temos borboletas na barriga para sempre mas temos aquele brilhozinho nos olhos de orgulho por aquela pessoa que vimos crescer e superar-se todos os dias e a quem amamos incondicionalmente.

Amar alguém implica amarmo-nos primeiro. Respeitar alguém significa respeitarmo-nos em primeiro lugar. Se estivermos seguros e felizes connosco, vamos saber dar espaço ao outro para Ser e para Viver.

Amar é dar liberdade para voar e querer mais para o outro ainda do que queremos para nós. É encontrar a felicidade nas pequenas transformações diárias no outro, viver cada conquista como se fosse nossa, amparando as quedas com o ombro da compreensão, acreditando mesmo quando ele(a) não é capaz.

Partilhar a vida com alguém é como fazer uma pintura a dois com muita cor, intuição, presença e confiança. É duro mas faz tudo valer a pena!

Amor acima de todas as coisas é o meu lema de vida e a frase do meu casamento. Acredito mesmo nisto, do fundo do coração, faz já 12 anos. Amem-se e não desistam, o amor vale sempre a pena!

(Dedicado ao amor da minha vida, Hugo Lopes)